Nascemos no mesmo ano, isso em si já seria o motivo para nos esbarrarmos em algum momento de nossas vidas. Algo fatídico da vida rural é que algum momento as coisas se tornam tão difíceis, que os pais precisam mudar para cidade ou enviar seus filhos para terem um pouco de mais de oportunidades na “vida”. Nada anormal não é mesmo? Afinal esse êxodo rural é percebido desde a revolução industrial que começou no seculo 19 e ainda existe nos nossos dias.
Isso abre portas para um novo ciclo, a mudança para cidade de Mary.
Não seria mais preciso acordar cedinho para ir a escola, ela ficava a menos de 1km de distancia de sua casa. Nem mesmo usar seu cavalo, afinal como ela iria amarrar seu cavalo na porta da escola? Antes ele tinha um campo limpo e verde para ficar, agora dividiria espaço com carros, motos e crianças descontroladas que poderiam prejudica lo. Não era uma boa ideia mesmo.
Quantas coisas mudaram em sua vida, mas não sei dizer se essa foi sua primeira escolha, talvez tenha sido do seu pai devido a seu impeto em tomar todas as decisões da família. Isso pode muito bem ilustrar que nosso caminho não é feito apenas de nossas escolhas. Na fase da vida em estamos na infância e depois na adolescência nos submetemos a escolhas daqueles que são nossos responsáveis. Fato esse que determinou completamente a mudança na vida e nas próprias qualidades de Mary.
Sendo sua ou não, morar com sua tia na cidade foi a 01 chance.
Cada ação tem uma reação de mesma intensidade, penso que para Mary isso tenha sido muito difícil. Deixar para trás e começar algo sempre há incertezas e inseguranças. Uma garota ter que começar a lidar com diferentes pessoas e personalidades que em sua maioria não eram tão boas assim, pode começar a sentir medo e tristeza. Não sei quantas vezes Mary, chorou por sentir falta da sua casa, chorar pela falta de seu irmãozinho caçula a quem tanto é apegada. Imagino que foi difícil superar sua primeira separação. Eu não estava lá… Não poderia saber…apenas imaginar.
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