56 Chances

Acordar todos os dias de madrugada para ir a cavalo para escola com uma mochila feita de “saco” essa era a rotina de Mary. Com isso em mente, podemos perceber de onde veio toda sua pureza em enxergar o mundo naquele momento. Se você ler esse livro algum dia, diria assim:
– “Como ela era boba!” Ela também diria isso provavelmente.
Essa era ela, não tinha mascaras, não se escondia atrás de pais ricos, atrás de roupas caras, atrás de materiais escolares bonitos, tênis e sandálias caras. Era só ela, seu sorriso, seu brilho no olhar e sua bondade. Pode haver algo mais necessário? Naquela época não… Era possível ver em seu rosto que coisas materiais não importavam tanto. Isso não mudava seu espirito, não tirava sua inocência, não a deixava triste. Mas a fazia ser grata por cada coisa boa, por menor que seja, pequenininha até. Ela ainda conseguia ser doce. Mostrava que não é apenas um mundo utópico onde essas coisas são imaginadas. Essa era uma demonstração simples de que a felicidade não vem das coisas que possui. Gosto de pensar que essa fase de sua vida, foi aquela em que ela sentiu mais felicidade sobre si e o que estava a sua volta. Não ter tempo para ver TV até tarde por ter que acordar de manhã ou até por que as vezes falta energia na pequena casinha que seus pais tinham, abriu seu olhar para coisas simples, porem muito belas, como o nascer do sol, o pôr do sol, pássaros que cantam e dão comida para seus filhotinhos chorando, ver um bezerrinho Nelore amamentando em sua mãe, poder ver variadas cores de flores, tudo isso, fez seu olhar diferente dos demais. A tornou alguém especial, com energia suficiente para separar um átomo de hidrogênio.
Quando penso nessa força conquistada e ao escrever sobre ela, consigo perceber muitas coisas em como conseguiu suportar a perda de alguém que tanto amava.

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